obituário

Morreu o bombeiro Nairo Diniz de Arruda

Fotos: Arquivo Pessoal

De personalidade tranquila, Nairo Diniz de Arruda, 61 anos, trabalhou por três décadas no Corpo de Bombeiros da região central do Estado. Por dois anos, Arruda fez parte do pelotão de Santiago, mas retornou para Santa Maria para poder ficar perto da mãe dele, Maida Lima de Arruda, falecida há dois anos. Em Santa Maria, ele comandava os quartéis dos bairros Parque Pinheiro Machado e Camobi. Além disso, também era comandante do quartel de São Sepé. 

Arruda ingressou no Corpo de Bombeiros após ter sido soldado e cabo na Brigada Militar, na década de 1980. Ele pensava em crescer no meio e, apoiado por familiares, fez a prova de seleção para os bombeiros.

- O pai era apaixonado pelo que fazia. Tudo dentro de casa tinha a ver com os bombeiros. As roupas dele eram quase todas vermelhas, e alguns objetos de decoração da casa remetiam ao trabalho do pai - recorda a filha mais velha Jaqueline Carvalho de Arruda, 32 anos.

Com os subordinados do comando, Arruda era muito educado e respeitoso. Ele também era um excelente oficial, conforme diz o amigo de longa data, o sargento Jorge Luiz Gonçalves de Ávila. Eles trabalharam juntos por 20 anos.

- O tenente sempre trazia melhorias para o comando. Muito amigável, ele gostava de descontrair o ambiente - recorda o sargento, que diz, ainda, que o colega adorava cuidar dos animais e, quando os cães chegavam ao quartel em dias frios, Arruda colocava os bichos para dormir dentro do prédio.

O bombeiro também era pai de Diniz, 29 anos, e Janice, 28, e tinha três netos: Jaderson, 13, Joaquim, 2, e Maurício, 1. Arruda fazia questão de participar da vida dos netos. O mais velho foi criado pelo avô. Os dois brincavam e se divertiam juntos, principalmente, quando o bombeiro levava o neto para passear no quartel. Já os pequenos adoravam ficar deitados junto do avô ouvindo as histórias que ele costumava contar.

Arruda foi casado com Eunice, 60 anos, por mais de três décadas. Os dois moravam na Avenida Medianeira quando se conheceram. O irmão de Eunice os apresentou, e os dois ficaram muito amigos. Aos poucos, o sentimento foi crescendo, e Arruda e Eunice começaram a namorar, noivaram e casaram.

- Nós éramos muito apaixonados um pelo outro. O Nairo também era encantado com a profissão e trazia isso para a nossa família. Tanto que nossa filha mais nova, hoje, é bombeiro civil. Meu esposo trazia o equilíbrio para nossa casa, com a calma e o jeito que tinha de levar a vida - emociona-se ela.

Conforme a família, Arruda era teimoso quando se tratava de ir ao médico. Ele não gostava, mas, por ter diabetes, precisava de acompanhamento regular.

O bombeiro foi descrito como um pai muito presente na educação dos filhos, um marido e um avô exemplar, além de ótimo amigo e muito bom vizinho. Por 31 anos, ele e a família residiram no Bairro Tancredo Neves, onde Eunice e Jaqueline ainda vivem.

Além de estar junto dos netos, a grande paixão de Arruda era ouvir música. Onde ele estava, havia um rádio próximo. Nem mesmo quando ficava internado no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, o bombeiro não dispensava o costume ouvir músicas dos anos 1980 e 1990. Ele possuía uma coleção de mais de 200 discos, além de fitas cassete e CDs.

O bombeiro também gostava de carros e de motocicletas e tinha veículos de coleção, que ficavam guardados na maior parte do tempo, além de modelos mais comuns, que usava com frequência.

À família, o legado que ele deixou foi de ser um homem muito honesto, organizado e que prezava a união familiar. Outra lição que ele deixou para os filhos e demais familiares foi a de não deixar nada de dívidas em aberto.

Arruda ficou internado por duas semanas no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo e morreu em 21 de abril. Ele foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria. A família preferiu não divulgar a causa da morte.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122

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